quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Exposição "O olhar vazio"

Outra exposição!
BH está bombando de coisas sobre a cidade!

"Ao contrário, viver em uma grande cidade não implica dissolver-se na massa e no anonimato. A violência e a insegurança pública, a impossibilidade de abranger a cidade (quem conhece todos os bairros de uma capital?) levam a procurar na intimidade doméstica, em encontros confiávies, formas seletivas de sociabilidade. Os grupos populares saem pouco de seus espaços, periféricos ou centrais; os setores médios e altos multiplicam as grades nas janelas, fecham e privatizam ruas do bairro" (trecho retirado do texto: CANCLINI, Nestor Garcia. Culturas Hibridas. Estratégias para entrar e sair da modernidade, pág.286)

O olhar vazio

Glauco Moraes apresenta a mostra “Solidão Urbana”, da artista Mônica Chein, até o dia 06 de outubro, na Casa dos Contos

Belo Horizonte, setembro de 2008 – A solidão e a falta de comunicação, retratadas em um visual preto e branco, com imagens peculiares, são características fundamentais da exposição “Solidão Urbana”, da artista plástica Mônica Chein, que está em cartaz até 06 de outubro, na Casa de Contos. Sob curadoria de Glauco Moraes, a mostra traz cerca de 20 telas em formatos variados que expressam as emoções percebidas diariamente pela pintora.

A idéia de distância é fundamental para entender o trabalho da artista que começou a ser desenvolvido em 2007 e que representa uma característica no momento atual da sociedade, em uma visão particular. “O conceito dessa exposição surgiu a partir de minhas observações no dia-a-dia das pessoas e a partir disso, fui criando. A gente não vê mais o outro e, com isso, acaba que não somos vistos também. Os olhos não se cruzam, as mãos não se estendem e o abraço, não se concretiza como um encontro”, afirma Mônica.

Seus quadros são feitos a partir da técnica mista, com mistura de pintura acrílica e carvão vegetal. Em seus desenhos, são expostas figuras sem mãos e rostos, em que seus olhares nunca se encontram. Apesar de estarem em um mesmo plano e juntas, ao mesmo tempo, elas estão só. De acordo com Glauco, “as obras não são tristes, apenas distantes, porém, com certa leveza, uma harmonia, como que se fosse orquestrada por algo. A ausência de cor torna ainda mais marcante essa solidão”.

Há mais de dez anos sem pintar, Mônica começou a praticar novamente essa atividade na Maison Escola de Arte, e, incentivada pelo curador de sua exposição, decidiu preparar essa mostra que representa a retomada de sua carreira. Com isso, Glauco Moraes apresenta seu trabalho no reconhecimento artístico de seus alunos, realizando exposições coletivas e individuais mensalmente, trazendo artistas renomados para exposições e lançando novos nomes na área artística.

Sobre a artista
Nascida em Barbacena, Mônica Chein começou a praticar seus dons artísticos em Juiz de Fora em 1982, município onde participou de diversos cursos que foram essenciais para sua carreira. A capital mineira também serviu de escola para a artista que teve como professores, ícones das artes, como Leo Brizola e Yara Tupinambá. Ela já realizou 11 exposições, coletivas e individuais nas duas cidades de Minas Gerais onde estudou. Hoje, Mônica está de volta à pintura e pretender não parar mais.

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